Sábado

Seguimos para o percurso cénico nas montanhas de Santa Mónica/Hollywood. Se pensaram tratar-se de uma caminhada, não façam confusão, “Nobody walks in LA”, portanto este percurso é na verdade a Mulholland Dr, uma estrada de 80kms, que liga a costa, em Malibu, a Hollywood. Foi desenhada para ser agradável e simultaneamente permitir o acesso das estrelas de cinema às maiores atracções da cidade (a praia e os estúdios), por isso não é de espantar que esteja rodeada por casarões, sob apertada vigilância; não há infra-estruturas de serviço público com excepção de uma grande concentração de quartéis de bombeiros, porque será... Nem as nuvens/nevoeiro conseguiram estragar a grandiosa vista que se tem destas montanhas. A sul vê-se LA, a norte os vale de São Fernando, conhecido aqui por “The Valley”, ainda que existam outros nesta zona montanhosa da costa.
No final da Mulholland Dr é impossível não reparar no símbolo da cidade, o Hollywood Sign. Um dos bons locais para o observar é o Observatório, no Griffith Park, a nordeste de LA. Para além dos telescópios abertos nas noites de boa visibilidade, um museu da ciência e um planetário (pago), o local oferece uma boa vista sobre a cidade. O parque Griffith cobre 1600 hectares selvagens e é um refúgio distante de Los Angeles, ainda que dentro da cidade. Em relação ao letreiro, vê-se bem mas infelizmente nas fotografias fica minúsculo; estou a ver que iremos comprar um postal para ter uma foto conveniente do mesmo.
Próxima paragem: Old Pasadena. Esta cidade cresceu com a migração das pessoas de Este para o calor da Califórnia durante o Inverno, originando uma combinação de criatividade e riqueza. No centro, movimentado, cheio de lojas e animação, os edifícios lembram muitos dos existentes nas cidades da Europa; claro que a largura e disposição das ruas tiram qualquer dúvida que se possa ter em termos de localização.
O centro de LA tem má fama junto dos habitantes da cidade; no fundo, transmite um pouco a imagem de cidade de vampiros, local de trabalho durante o dia, completamente inseguro durante a noite. Nós íamos a caminho de Hollywood mas não ficámos indiferentes às luzes dos arranha-céus do centro. Por isso, trancámos as portas e aventurámo-nos para o desconhecido; e ao contrário do que esperei, não vimos as centenas de sem-abrigo que povoam a cidade durante a tarde nem os temidos gangs. Embora todos concentrados em locais específicos, aqui vai-se sempre de carro até à porta do destino, vimos muita gente com ar de festa. As luzes não desapontaram mas, infelizmente, creio que as fotografias que tirei não lhe fazem justiça, requeriam maior exposição e um tripé.
Depois deste desvio, terminámos então a noite com a ida a Hollywood, visitando a Hollywood Blvd (passeio da fama) e a Sunset Blvd, “o” local de discotecas em Los Angeles. As ruas estavam num grande frenesim, talvez ainda maior do que durante o dia; afinal a noite acaba cedo e toda a gente quer aproveitar o sábado à noite. Verdade seja dita, a noite torna a zona mais interessante, dado que os pormenores menos apelativos ficam camuflados com toda o movimento e luz dos milhares de lojas e cartazes espalhados por todo o lado.
Domingo

Mesmo ao lado está Long Beach, servida de metro a partir de Los Angeles. O tempo aqui não foi suficiente para ver tudo o que a cidade tem para oferecer no entanto, o que vimos agradou. Não encontramos praia alguma mas a zona do porto está bastante desenvolvida com uma grande marina, onde se encontra o grande Queen Mary, um transatlântico de luxo inaugurado em 1927. O centro de convenções lembra mesmo o que tínhamos encontrado em San Diego.
Mais para oeste, o porto de Los Angeles é San Pedro (Worldport LA), sem qualquer dúvida, um importante ponto industrial, cheiinho de contentores. Toda a cidade fica numa serie de colinas, lembrando um pouco São Francisco mas com um toque mais mediterrânico. O nosso destino aqui era o Angels Gate, um parque no topo de uma das colinas, com maravilhosas vistas sobre o porto e um sino doado pela Coreia aos EUA. O pormenor deste sino é verdadeiramente impressionante.
Continuamos em direcção a Oeste, junto ao mar, antes de começar a subir para norte evitando assim a auto-estrada, em direcção à Portuguese Bend. O que nos atraiu ao local foi claro o nome, uma vez que a área nem sequer aparece nos guias turísticos. E apesar de todos os avisos de perigo que estão pela estrada devido ao deslizamento de terras normal da zona, não saímos desapontados. A vista da baia é linda e o local lembra um pouco o cabo da roca, selvagem; o nome deveu-se a uma empresa baleeira que este no local durante muito tempo. Com tanto perigo de deslocação de terras, um dos poucos locais onde se pode estacionar é na Wayfarers Chapel, uma capela não católica feita em vidro e sequóia, rodeada de vegetação. É muito popular para casamentos e nós chegámos mesmo antes de iniciarem um, ideal para a conseguirmos ver.
O percurso de volta para casa, bem perto da costa, no meio de bairros residenciais, lembrou um pouco a zona de Sintra, ainda que muitos pequenos detalhes nos digam que não saímos dos EUA.
Como sempre, para verem as “boas” fotos vão ao picasa.
O filme que se segue apresenta alguns dos nossos momentos deste fim-de-semana em Los Angeles; uma vez que andámos de um lado para o outro, adicionei uns mapas ilustrativos da deslocação, tudo isto ao som de City of Angels dos Ozomatly.