domingo, 20 de setembro de 2009

Califórnia - Ouro, Vinho e Mar

Não podíamos deixar este Estado sem explorar os seus tesouros escondidos. Por isso, para terminar a nossa estadia nos EUA, decidimos fazer-nos à estrada mais uma vez, ou não fosse este o país dos carros.
A rota foi traçada antes de sairmos de Los Angeles, no entanto, as paragens e os percursos durante o dia eram mediante o destino, acho eu. Bom, mas sem demoras, aqui segue então o esquema que nos guiou durante os 5 dias de estrada. Os pontos assinalados marcam o final de cada um dos dias. Em baixo estão algumas fotos desta nossa viagem; no entanto a maioria está no picasa. Os dois primeiros dias são relativos ao ouro, o terceiro às vinhas e os últimos dois ao mar, à medida que descemos a costa de San Francisco para Los Angeles.


Gold Country
Muitos colonos oriundos de todos os cantos do mundo vieram para o centro-norte da Califórnia (estendendo-se até perto da fronteira com o Nevada) em busca de ouro que supostamente cobria as montanhas e os rios do Estado. Por este motivo, a Califórnia é o estado dourado – não tem nada a ver com o Sol, como pensei.
Jamestown foi a nossa primeira paragem, uma pequena aldeia com Xerife e a paragem da linha ferroviária histórica onde foram filmados alguns sucessos de Hollywood (só me estou a lembrar do Regresso ao Futuro mas há mais). Aqui apanhámos um novo tripulante, um simpático louva-a-deus que não conseguiu resistir ao nosso carro; vermelho não é mesmo a cor para levar ao campo… Conseguiu aguentar-se aos 80 km/h mas o calor no Columbia Historic State Park foi demais; ele instalou-se por lá. Este parque é na verdade uma cidade museu dos tempos da corrida ao ouro, com lojas e museus, não faltando mesmo um local para quem quiser tentar a sua sorte no garimpo; pago, claro, é preciso aluguer o material…
Muitas cidades nasceram e cresceram directa ou indirectamente por causa da febre do ouro, uma das quais é a actual capital do Estado da Califórnia, Sacramento. As duas paragens aqui eram o Capitólio e a Old Town; o primeiro parece uma miniatura da casa branca com palmeiras, sendo a assembleia (com um museu) e o segundo são uns quantos quarteirões junto ao rio, mais uma vez dos tempos da corrida ao ouro. O fim-de-semana era especial (Labor Day), e a capital decidiu reviver os seus tempos dourados, com um festival de rua; sim as ruas são calcetadas, foi só espalhada areia por cima para uma questão de enquadramento.

Wine Country
Os vinhos da Califórnia são famosos por todo o mundo, por isso dirigimo-nos para Oeste, aos vales de Napa e Sonoma. Mas estes vales são mais do que vinhas; esta zona é de origem vulcânica, mesmo encantadora.
Assim, a nossa primeira paragem neste local foi a Floresta Petrificada. Ao longo de milhares de anos, as cinzas vulcânicas vieram a substituir a madeira por pedra. A ideia era extremamente interessante mas revelou-se uma desilusão; floresta não é, são pouco mais de meia dúzia de árvores, e o preço do bilhete está altamente inflacionado. Continuando na zona de Calistoga, seguimos para o Old Faithful Geyser; parece que não tivemos muita sorte no dia, os jactos de água saíram baixos e mais uma vez, o preço elevado. Mas não se pode vir às vinhas e não experimentar o vinho; e que melhor maneira de o fazer do que ir directamente ao produtor. Por sorte ou não, escolhemos a Robert Mondavi, cujo site podem consultar em http://www.robertmondaviwinery.com. Toda a abordagem, desde as provas, às visitas, as vinhas e as vendas creio que é um exemplo a ser adoptado, se não foi já, pelas caves portuguesas. A vista não tem preço, as vinhas estendem-se por quilómetros entre os montes e, às vezes, sobre os mesmos, que tornam esta zona, um grande vale. E as pequenas aldeias que preenchem este lugar são mesmo o complemento que lhe faltava. Esta zona apaixona.

A costa
Chegou a altura de voltar para casa; depois de subirmos pelo interior, no regresso queríamos encostar à costa, aproveitando o tempo fresco ao contrário do que tinha acontecido até então. A ideia era seguir na Highway 1, Cabrillo Hwy, uma rota cénica mesmo sobre o mar, por cerca de cerca de 200 km’s.
A primeira paragem foi Monterey, marcando o inicio da zona protegida. Claro que não poderíamos perder o Pacific Grove e a 17 Mile Drive, 17 milhas de estrada pagas (o que é raro por aqui), onde se circula entre casas luxuosas, campos de golfo e praias. Logo a sul está o Big Sur, 100 km’s de estrada sobre a estrada, imagem de marca da California, que terminam com o Hearst Castle. Foi construído no topo de um dos montes da grande propriedade, com 3 casas de hóspedes, uma casa principal, duas piscinas (uma interna e outra externa) e dois campos de ténis, para além de um extenso jardim. O senhor Hearst ainda tinha o maior zoo privado do seu tempo, permitindo que muitos dos animais vagueassem pelas suas terras livremente. O castelo é um exemplo de sumptuosidade mas o mais impressionante é sem dúvida a maravilhosa vista sobre a costa, sempre presente.
Ainda a 300 km de Los Angeles, continuamos a rumar para sul, ainda com duas paragens previstas – Morro Bay e Santa Barbara – para além de algumas pausas obrigatórias para apreciar a beleza da estrada, quase sempre colada ao mar. Morro Bay revelou-se um monte no mar emoldurado pelas chaminés de uma central termoeléctrica, o que dá à baía um ar bem pitoresco.
Santa Barbara nasceu com o convento com esse nome, criado pelos espanhóis e parte integrante do plano dos mesmos para cristianizar a Califórnia. A cidade cedeu a um grande terramoto, tendo sido reconstruída à imagem das cidades mediterrânicas, sendo o resultado uma vila encantadora.