segunda-feira, 30 de março de 2009

Par de Rodas

Para além de ser um bom desporto, a cidade de Los Angeles está relativamente bem preparada para os ciclistas, ao contrário de Lisboa. Ainda que haja zonas bastante íngremes, muitas outras dão óptimos passeios sendo um meio alternativo para explorar esta cidade que se estende por vários quilómetros quadrados.
Já tínhamos feito muita pesquisa antes de comprámos as nossas bicicletas online. Quando finalmente ambas chegaram à loja na passada 4ºfeira, organizámo-nos para as irmos levar na 6ªfeira de manhã.

Os transportes públicos aqui não funcionam lá muito bem e o ideal é não ser necessário mudar de autocarro uma vez que essa operação adiciona pelo menos 30 minutos ao percurso. Por isso, depois de muito estudo, optámos por apanhar um autocarro que passa a 2,5Kms da loja e andar estes 30 mins a pé (no mapa, andar de A para B). Contudo, uma coisa agradável aqui em Los Angeles é que todos os autocarros transportam até 2 bicicletas, por isso, para regressar, viríamos de autocarro, directamente da loja, trocando no LAX; tudo isto para evitar a zona A, dado que não é muito indicada para ficarmos à espera, especialmente com material novo. E assim fomos.

Quando lá chegámos, infelizmente, as coisas não correram assim tão bem. Isto porque as bicicletas estavam desmontadas! A senhora que nos atendeu disse que devíamos ter ligado a pedir para as montarem, que eles assim o fariam. Como podem calcular, isto não caiu muito bem em nenhum dos dois, pois era impossível trazer aquelas caixas até casa no autocarro e mesmo no táxi não iriam caber... Depois de alguns problemas de comunicação (assim que vêm que somos estrangeiros tendem a repetir várias vezes e bem alto o que acabaram de dizer, numa tentativa de esclarecer algo que já entendemos há muito), a senhora dissemos que as bicicletas seriam montadas por eles ainda na própria 6ªfeira, avisando-nos, a partir das 15h, que a montagem estava completa e nós poderíamos ir levantar o material. Dada a zona e os transportes, ficámos de levantar as bicicletas apenas na 2ªfeira. E assim voltámos, um pouco desanimados com o decorrer das coisas.

Mas não nos ligaram durante a tarde toda e para todos os efeitos, nós assinei os papéis em como as tínhamos levantado... Então, às 19h liguei para eles; depois de uma tentativa mal sucedida, lá me disseram que estava tudo pronto e podia ir levantar quando quisesse (aqui é normal os supermercados estarem abertos 24h por dia, a única coisa que fecha são alguns serviços, nomeadamente a farmácia).

Sábado, logo pelas 9h, voltámos a apanhar o autocarro e andar 30 mins para a loja. As coisas correram bem melhor desta vez, e apesar de termos estado algum tempo à espera das bicicletas, elas lá apareceram montadas! Agora era o problema do regresso. Fomos então para a segunda rota, via LAX. Depois de 20 mins a espera do autocarro, por azar, na paragem anterior (que nós conseguíamos ver, aquilo que o autocarro pára em todo o lado), uma rapariga carregou uma bicicleta, ou seja, nós já não podíamos seguir os dois juntos e não nos íamos separar naquela zona; assim, optámos por pedalar um pouco. Ora acontece que aquilo foi tudo menos um pouco! Não é por acaso que aquela zona (no mapa, de B para C) se chama Park View; é mesmo elevado com uma grande vista no topo! Pedalar por ali a cima, com um sol radioso e sem uma aragem é algo que não pretendo repetir, confesso! Ao menos tínhamos uma garrafinha de água! No entanto, não só subímos, como depois descemos, acabando por encontrar a rota do primeiro autocarro. Como só faltavam 15 minutos para o próximo (o tempo é relativo, posso garantir isso), ficámos a espera dele. Caso estivesse ocupado com uma bicicleta, tínhamos decidido ir juntos para casa, agora já seria mais a descer, supostamente.

No entanto, veio sem qualquer bicicleta, e com uma ajudinha de um senhor que estava na paragem, conhecemos o sistema de carregar bicicletas em frente ao autocarro. E assim, cerca de 4 horas depois de saírmos de casa, regressámos cansados com as nossas novas bicicletas e uns quilitos a menos.

quarta-feira, 18 de março de 2009

St. Patrick’s Day

E sem que demos muito por isso, chegou o dia 17 de Março, o St. Patrick’s Day. Embora seja um feriado Irlandês, devido aos inumeros emigrantes que viram para os Estado Unidos, também aqui se celebra esta data, principalmente na costa Este, como na cidade de Nova Iorque. Aproveitando o verde espírito, optamos por ir celebrar a data com a cidade que nos acolheu, Los Angeles.

O dia começou com um desfile tipicamente americano de uma hora, em tons de verde, com muitos carros, marchas de escolas e claro, algumas celebridades em que se destacou a Robert Patrick, Lorenzo Lamas e Perry King. E sim, alguns deles não são irlandeses mas neste dia toda a gente o pode ser... Seguiu-se um concerto com música irlandesa no jardim onde o evento anterior tinha terminado.

Por baixo de um calor insuportável, deixámos a celebração e partimos à descoberta do centro de Los Angeles, com os seus arranha-ceus característicos. O contraste entre o centro da cidade com as restantes envolventes é notório! No regresso a casa fizemos então a nossa paragem obrigatória por Santa Monica que lá estava fresquinha como sempre, tal como aqui na Marina del Rey. Os bares começavam já a preparar-se para as festas verdes mas nós precisávamos mesmo que recarregar baterias e comer uma fatia de bolo :D.

Chegada a noite, dirigimo-nos para o Brennan’s, um dos vários bares irlandeses espalhados por toda a cidade. Ainda que em Portugal eu nunca tenha estado numa fila para entrar num bar/discoteca, neste caso, e uma vez que esta situação se deveria verificar um pouco por toda a cidade, optamos por ficar a espera. E sim, uma hora e uma T-Shirt da Jameson depois, entramos no bar, um espaço muito agradável com um pátio exterior e uma zona interior, este último com uma decoração muito semelhante à dos bares ingleses do Algarve. Lá dentro o espaço estava tudo menos apinhado de gente mas os americanos não brincam com as regras e portanto não entram mais pessoas do que o permitido por lei. De modo idêntico e com muita pena minha, como não é permitido beber na rua, não havia qualquer vendedor ambulante a animar as pessoas que estavam à espera, como aliás seria de prever em Portugal. Não julguem mal, o ambiente no bar estava mesmo muito agradável. Este ano, a Spring-Break calhou mesmo durante esta semana, o que parece ainda ter ajudado mais à festa. No final da noite tivemos um daqueles raros prazeres de ir para casa a pé, refrescar a cabecinha.


Nunca tinha partilhado o meu aniversário com qualquer outra data festiva, ainda que muitas vezes já tenha considerado ir até à Irlanda ver como é. Foi sem dúvida uma óptima experiência vestir de verde, enfeitar q.b. e entrar no espírito de uma festa que de religioso não tem nada, um pouco semelhante ao próprio santo cuja morte é assim lembrada.

domingo, 1 de março de 2009

São Pedro de Bel Air!?

Um sol radioso com temperaturas a rondar os 25 graus marcaram este sábado; ainda que as sugestões tenham sido feitas para a praia, nós seguimos para o Getty Center, na parte mais a norte da cidade, junto a Bel-Air. Pelo caminho, regressei a Portugal; a estrada sinuosa que nos leva de Westwood para o Getty lembrou-me mesmo Sintra, com o seu ar fresco e verdejante, que nos envolve mesmo na estrada, salteada com vivendas aqui e ali. Ou talvez não. Não era Sintra?! Não, lembra sim, São Pedro do Sul. Não restaram dúvidas quando, lá em cima, olhámos para as montanhas que nos rodeavam.
Aos visitantes, o museu apresenta espaços amplos e lineares, encantadores jardins e uma vista sem preço, a completar a colecção de arte (pelo menos, pintura, escultura e fotografia) deixada por Getty à cidade de Los Angeles. Para quem conheça Lisboa, creio que não deixará de verificar as semelhanças arquitectónicas entre o Getty Center e o CCB.

O Getty, tanto o Center como o Villa (este último ainda não tivemos o prazer de visitar), devem ser, sem dúvida, uma passagem obrigatória para todos os turistas que venham a Los Angeles. Nós iremos, com certeza, regressar.